100 mil pessoas vibraram o “folk” no EUROPEADE, em Viseu

1562

Maior festival europeu de folclore pôs a cidade a “mexer”, naquela que foi uma “edição participada e feliz”. Impacto económico e turístico na cidade-região com balanço muito positivo

Pelo menos 100 mil pessoas, entre viseenses, visitantes e turistas reuniram-se em “Viseu, Cidade Europeia do Folclore” para celebrar e viver de perto a magia e diversidade cultural, participando do Festival EUROPEADE, que decorreu em ruas, praças e parque da cidade, vestidas a preceito.

A 55ª edição deste que é o maior, o mais antigo e mais relevante encontro de folclore e etnografia da Europa terminou este domingo, 29 de julho do Festival EUROPEADE. Durante cinco dias, todos os caminhos além-fronteiras tiveram um destino comum: Viseu, o palco privilegiado da etnografia e do “folk”. Estavam inscritos no festival 5400 participantes de 23 grupos de 24 nacionalidades.

As performances de rua – mais de 150 diárias –, nos 10 palcos (im)prováveis, foram dos momentos mais participados do Festival. Também a “Noite de Boas-Vindas” , os Bailes das crianças e adultos, e os concertos tiveram “casa” cheia, para além de “puxarem” o público à dança e convívio. No desfile, um dos eventos mais aguardados, estima-se que 50 mil pessoas tenham assistido ao longo do percurso de dois quilómetros, entre o Parque do Fontelo e o Rossio. Também as Cerimónias de Abertura e Encerramento do evento, que tiveram transmissão em direto para o canal de Youtube do Município, conquistaram todos os presentes.

Para o Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, “esta foi provavelmente uma das melhores edições de sempre do festival EUROPEADE. Fizemos história no evento, mas também em Viseu. A receção entusiástica do festival por parte da população e dos turistas significa um passo largo e firme na reconciliação do público com o folclore e as tradições populares, em Viseu, mas também na região e no país”.

Almeida Henriques destacou ainda como “particularmente positivo o envolvimento dos grupos folclóricos e da população de Viseu no acolhimento do evento e dos seus participantes de muitas nacionalidades distintas”.

A par da dimensão cultural, a realização do EUROPEADE representa para o Município de Viseu um “salto de gigante” na internacionalização de Viseu enquanto marca e destino turístico e cultural. “Viseu passará a contar com milhares de embaixadores em países e mercados de origem de turistas muito relevantes, que valorizam destinos culturais, de património e natureza, como os países do centro e norte da Europa”, sublinhou o Vereador da Cultura e Turismo, Jorge Sobrado. “Sentiremos o efeito positivo desta influência nos próximos anos”, acredita.

Do ponto de vista económico, a grande afluência de visitantes e turistas trouxe uma forte dinâmica à cidade, mobilizando centenas de agentes económicos e turísticos da cidade e da região envolvente. Setores como a restauração e comércio beneficiaram de um impacto muito positivo, assim como a hotelaria, que registou taxas de ocupação elevadas, regra geral na sua lotação máxima.

A aposta na valorização e inovação do folclore foi também uma das marcas desta 55ª edição do EUROPEADE, que apresentou e trouxe a palco diversas reinterpretações artísticas nascidas do projeto #VISEUFOLK, dinamizado no âmbito da “Cidade Europeia do Folclore”.

No campo da moda, Katty Xiomara assinou toda uma coleção de peças de vestuário, calçado e acessórios, inspirada no folclore e iconografia da cidade, que para além de assumir a vertente de merchandise do evento, “vestiu” todos os voluntários envolvidos na iniciativa. De destacar ainda o projeto de dança contemporânea, levado a cabo pela Lugar Presente e a Companhia Paulo Ribeiro.

No universo musical, o músico viseense Moullinex estreou em “Noite de Boas-Vindas” o seu projeto “Eletrofolk”, resultado de um trabalho “in loco” junto dos grupos etnográficos e de folclore do concelho, do qual nasceu um “casamento” harmonioso entre a música tradicional e eletrónica. Contando também com a envolvência dos grupos da região, destacou-se a apresentação em palco, pela primeira vez, do espetáculo “Ora Vem Comigo”, de Ana Bento, Sónia Barbosa e Ricardo Machado, que revisitou o imaginário tradicional português.