Arranca hoje nas farmácias campanha sobre infeções respiratórias nas crianças

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Arranca hoje, dia 11 de janeiro, em 1500 farmácias, de norte a sul do país, uma campanha de informação sobre infeções respiratórias nas crianças. Numa altura em que o número de casos aumenta de forma considerável, a Cooprofar – Cooperativa dos Proprietários de Farmácias – aposta na sensibilização pública para os sintomas e cuidados a ter perante uma situação que, na maioria dos casos, obriga pais e crianças a permanecer em casa e que, de acordo com os especialistas, é responsável por causar um sofrimento acrescido nas crianças.

Sob o lema “Mãe, hoje não posso ir à escola”, esta campanha, que irá decorrer nos próximos dois meses, pretende informar os pais, educadores e profissionais de educação sobre este tipo de infeções e sobre os procedimentos a tomar no decurso da doença evitando o recurso a antibióticos como tratamento de primeira linha, uma vez que as infeções das vias aéreas são doenças, na maioria das vezes, causadas por um vírus, sendo inexistente o benefício terapêutico destes medicamentos para as infeções virais.

De acordo com Libério Ribeiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia Pediátrica “é no pico do inverno que as infeções das vias aéreas se manifestam com mais frequência, aumentando o número de entradas nas urgências, quer em hospitais quer nos centros de saúde.” Ainda segundo o especialista “o sistema imunitário das crianças ainda não está totalmente desenvolvido, o que faz com que sofram entre oito a doze infeções por ano, um problema com uma prevalência elevada durante esta época.”

Para Libério Ribeiro, o tratamento destas infeções, na maioria dos casos de origem viral, não deverá passar pelos antibióticos como primeira opção.” E acrescenta: “A resistência bacteriana aos antibióticos está a desenvolver-se rapidamente, pelo abuso da sua utilização. Se uma criança começar precoce e repetidamente a ser submetida a antibióticos pode ter consequências sérias no futuro, não só para ela como para toda a população.”

Para tratar este tipo de infeções o pediatra esclarece: “As infeções virais são autolimitadas não necessitando de terapêutica, além da sintomática (para a febre, dores, mal-estar), salvo nas complicações bacterianas, onde têm lugar aos antibióticos. Atualmente já estão disponíveis no mercado português vários medicamentos eficazes e bem tolerados no tratamento de infeções virais e antibacterianas e, em breve, vão surgir novas opções com várias ações terapêuticas que, ao contrário dos antibióticos, não induzem resistência, pelo que, deverão ser a primeira opção para estes casos”.

Estarão disponíveis nas farmácias folhetos informativos que poderão ser utilizados como um guia de procedimentos e conselhos úteis na prevenção e tratamento das infeções respiratórias nas crianças.

O papel do Farmacêutico também não foi esquecido nesta iniciativa, uma vez que se trata do profissional de saúde de primeira linha, habilitado para o aconselhamento e orientação das melhores práticas a adotar.