Festival MESCLA arranca hoje em Viseu com mais de 200 experiências e espetáculos

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De 1 a 7 de julho, o Centro Histórico recebe a primeira edição de um “caleidoscópio” de artes e cultura

O Festival MESCLA arranca hoje. dia 1 de Julho, em Viseu, com uma programação multidisciplinar de mais de 200 experiências e espetáculos.

Promovido pelo Município, VISEU NOVO SRU e VISEU MARCA, o evento propõe a viseenses, visitantes e turistas uma programação cultural nas áreas da escultura de luz e som, música, teatro, literatura, novo circo, fotografia, cinema e património, tendo em especial relevo projetos e talentos culturais “made in Viseu”. Às largas dezenas de artistas e coletivos radicados na cidade de Viriato, juntam-se ainda a nomes nacionais e internacionais, em diferentes áreas de expressão.

Em jeito de antecipação, o MESCLA promove nesta segunda-feira, pelas 18h00, na Incubadora de Industrias Criativas do Centro Histórico CAVA, uma mesa-redonda de debate entre responsáveis e programadores culturais de várias cidades do país, a respeito das políticas, instrumentos e oportunidades da Cultura no desenvolvimento territorial. “Pode a Cultura salvar-se – ou salvar-nos?” junta o Vereador da Cultura de Viseu, Jorge Sobrado, Cláudia Leite (Administradora Executiva na Theatro Circo de Braga), Mafalda Sebastião (responsável do Pólo Cultural das Gaivotas, Lisboa), Mariana Amorim (dirigente da “REDE”) e a programadora e investigadora Ana Carvalho.

O MESCLA marca também a adoção de uma atitude ambientalmente mais sustentável por parte dos principais operadores de bares e cafetaria da cidade. Com o festival inicia-se a erradicação voluntária de copos plásticos descartáveis, sendo substituídos por copos reutilizáveis mediante caução. Anualmente são desperdiçados mais de 3 milhões de copos descartáveis no Centro Histórico de Viseu.

Tendo em vista favorecer a vivência do evento e da zona antiga da cidade, em melhores condições ambientais, de segurança e acessibilidade, o Município promoverá ainda o encerramento do trânsito automóvel no Centro Histórico entre as 17h00 e as 02h00 da manhã, de segunda a sexta-feira, e das 16h00 às 02h00 da manhã, no sábado e domingo, assim como o lançamento experimental do novo serviço do MUV “BUS STOP”, entre as 17H e as 02h00. O autocarro elétrico ligará as zonas e parques de estacionamento automóvel às principais entradas do Centro Histórico.

Neste contexto, o Município desafiou também os comerciantes do Centro Histórico que desejarem a prolongar o horário de funcionamento dos seus estabelecimentos até à meia-noite, durante o festival.

Na programação, sobressaem nomes e coletivos viseenses como Moullinex, a Gira Sol Azul e a Gira Big Band, o Teatro Mais Pequeno do Mundo de Graeme Pullyen, Makebala, Residência Artística, o projeto CRETA de Guilherme Gomes com diversos atores viseenses, a ZunZum, o Grupo Tribal, a Ritual de Domingo e Sónia Barbosa, Luís Belo, John Gallo, Inês Flor, o CARMO 81 e “Sr. Jorge”, a associação Memória Comum e o projeto “Mescla a Dançar” de Cati Cardoso, entre outros.

No plano nacional e internacional ganham ainda destaque o coletivo francês La Meute, os Palmilha Dentada, a Companhia de Música Teatral, o Festival Monstra, o coletivo “Ovo Alado” e, na música, Noiserv, Fogo Fogo, Marta Ren, Elisa Rodrigues, SURMA, Solar Corona e as Sopa de Pedra.

Manuel Alão e Sérgio Ferreira são os criadores convidados para a conceção de diversas esculturas de luz originais que distinguirão o MESCLA. Instalações “site specific” que vão iluminar Viseu, algumas delas com componente sonora, formando um roteiro entre diversos largos e ruas.

A dupla Samuel Coelho e César Estrela protagonizam a criação e instalação de um “estranhofone” de grandes dimensões na passagem da Praça D. Duarte para o Adro da Sé, escultura sonora que permitirá a realização de performances, assim como a livre interação do público.

Uma seleção de “bandas de garagem” têm também palco no Mercado 2 de Maio nas noites de quarta, quinta e sexta-feira: Morfina, Twone Productions, Dr. Molotov, (d)O Fundo do Poço, Zurrapa e Daniel’s Dead Bird, José Pedro Pinto, Color Ivy e Bang Avenue.

O MESCLA faz também uma incursão em escolas, dando início a um projeto de estímulo da escrita sobre viagens que se prolongará no ano letivo de 2019/2020. “O Outro Marco Polo, que viajou – talvez – com Fernão de Magalhães” é o nome da iniciativa, organizada pela associação MEMÓRIA COMUM com os Museus Municipais.

Inspirada nas “Viagens de Marco Polo” e em “As Cidades Invisíveis” de Italo Calvino, e servindo de tributo aos 500 anos do início da circum-navegação de Fernão de Magalhães, a iniciativa promoveu a escrita de textos de viagens, geografias e seres imaginários com alunos do 4º ano escolar. Da sua reunião será publicado um livro, cujos cadernos serão produzidos em oficinas do MESCLA no Museu de Historia da Cidade.