Rui Rio no distrito de Viseu

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Na tarde de terça-feira, Rui Rio começou por reunir com a administração do Centro Hospitalar de Tondela-Viseu, aproveitando para fazer um balanço do Serviço Nacional de Saúde. O Presidente acusa o ministro das Finanças de ser, na prática, o verdadeiro responsável por este setor, como aconteceu por exemplo com algumas decisões que agravaram os cuidados de saúde aos utentes da região de Viseu. “Em outubro de 2017, faz agora dois anos, foi adjudicada a obra de alargamento da urgência, que funciona em situação muito precária, com os corredores cheios de macas. Por força da atuação do ministro Mário Centeno a verba foi cativada e dois anos depois a obra não foi feita”, apontou.

Rui Rio recorda que quando a verba foi finalmente autorizada, o empreiteiro recusou fazê-la porque, entretanto, os preços já se alteraram. A obra teria um custo total de 7 milhões de euros, mas o Orçamento do Estado apenas teria de financiar “um milhão e pouco”, já que o resto seriam verbas comunitárias. “A urgência está em situação precária porque o ministro Mário Centeno, feito ministro da Saúde, cativou uma verba que, para o Orçamento do Estado, era de um milhão de euros”, lamentou.

Sobre a decisão do secretário-geral socialista de interromper a campanha eleitoral por causa do furacão Lorenzo, ponderando deslocar-se aos Açores, Rui Rio critica a “mistura de funções” políticas com as governativas. Para o líder do PSD, as mudanças na agenda de campanha do PS são justificáveis para acompanhar a situação naquele arquipélago, mas para se deslocar lá talvez não. “Para acompanhar sim, para se deslocar lá não sei, porque, como nós sabemos todos desde pequenos, nós não conseguimos travar o vento com as mãos”, ironizou.

No jantar-comício que juntou mais de duas mil pessoas no Pavilhão Multiusos de Viseu, Rui Rio apelou aos portugueses para que votem ao centro, porque é nesse espaço político que está “a virtude, a moderação e a mudança”. “E é exatamente isso que no domingo vamos fazer: escolher o novo chefe dos lusitanos. E essa escolha, pelo que vejo aqui, vai ter a marca do ‘cavaquistão’ que vai renascer e vai mostrar a Portugal o quanto pode influenciar o resultado eleitoral”, afirmou.

Rui Rio considera que é preciso “votar para que Portugal não esteja completamente à esquerda, para que Portugal não esteja completamente à direita, mas para que Portugal esteja ao centro”. “Porque é no centro que está a virtude, é no centro que está a mudança, é no centro que está a moderação”, disse.

Rui Rio afirmou continuar à espera da resposta do ministro das Finanças ao desafio para um debate sobre as contas dos dois partidos, depois de Mário Centeno ter recusado debater com o porta-voz do CEN para as Finanças Públicas Joaquim Sarmento. “A ver se tem ou não tem a coragem de debater (…) Se o Dr. Mário Centeno não vier então ele mentiu, porque afinal não está disponível, porque não tem argumentos para sustentar as críticas que fez ao quadro macroeconómico do PSD”, declarou.

Rui Rio censurou a forma como o PS gere o país, julgando-se “dono do Estado”, como acontece com o presidente do PS, que é o “campeão da colocação de familiares”. “O senhor deputado Carlos César é um homem com excelente olfato, dizia ele a poucos dias das regionais na Madeira que lhe cheirava a vitória. Gostava de saber o que está a cheirar ao deputado Carlos César para domingo”, frisou.

O cabeça de lista do PSD pelo círculo de Viseu, Fernando Ruas, denunciou o desvio de verbas comunitárias destinadas à coesão do interior para “a gorda Lisboa”, considerando que é preciso “dizer basta” a esta situação. “Nós pertencemos a um distrito que está situado nas duas regiões mais pobres do país, e não é justo que os dinheiros que vêm da coesão, exatamente para pôr o desenvolvimento destas regiões ao nível das regiões da Europa, seja desviado por artifícios que conhecemos para a gorda Lisboa”, assinalou.

Antes de Fernando Ruas, o líder da distrital do PSD de Viseu, Pedro Alves, concluiu que “nada de relevante aconteceu” nos últimos quatro anos de executivo socialista e defendeu que “este foi o pior Governo para o interior do país”.

No comício de Viseu, o PSD estreou o novo “slogan”, “Compromisso Primeiro Portugal”.

 

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