Viseu: Literatura, vinhos e gastronomia conquistaram milhares de pessoas no “Tinto no Branco”

Mais de 5500 visitantes participaram no programa literário, no cartaz musical e no Salão “Vinhos de Inverno”.

Na sua edição mais internacional de sempre, o Festival Literário de Viseu “Tinto no Branco” renovou o seu estatuto enquanto “cartão-de-visita” cultural e turístico de inverno e provou que literatura, gastronomia e vinhos do Dão continuam a ser um trio de sucesso. Ao longo dos últimos três dias, o evento literário, acompanhado pelo Salão “Vinhos de Inverno”, conquistou mais de 5500 visitantes.

Em 2018, as viagens e as histórias pelo universo da literatura, do cinema, do teatro, da música ou da gastronomia, protagonizadas por mais de 30 convidados, garantiram “casa” cheia e entusiasta, com a presença de fiéis leitores, novos fãs e muitos curiosos.

Mia Couto foi um dos nomes mais aguardados, numa conversa de vida com toques de lusofonia, a par da escritora britânica Joanne Harris, do francês Olivier Rolin, do cineasta António-Pedro Vasconcelos, do cantor e compositor Pedro Abrunhosa, do poeta Daniel Jonas e do encenador Ricardo Pais.

“O festival ‘Tinto no Branco’ conhece nesta edição uma viragem. Adquiriu um pulmão internacional, incorpora autores da lusofonia, autores da literatura europeia muito consagrados e é hoje de forma definitiva uma referência incontornável dos festivais de literatura em Portugal”, destacou o Vereador da Cultura e Turismo, Jorge Sobrado.

A 4ª edição do Festival Literário ficou ainda marcada pela consolidação da geminação com Cabo Verde e a sua Festa do Livro “Morabeza” , num momento que juntou Francisco José Viegas e Filinto Elísio, com moderação pelo Vereador Jorge Sobrado. O Presidente da Câmara Municipal, Almeida Henriques, e o Ministro da Cultura e Indústrias Criativas, Abraão Vicente, participaram também desta conversa. As ligações entre a literatura e a gastronomia foram harmonizadas com os sabores da cachupa – prato típico de Cabo Verde -, confecionados ao vivo por Miloca Silva, e servidos ao público presente.

Para Jorge Sobrado, este “é o maior festival de literatura do interior do país, é o mais distintivo, aquele que tem um caráter mais marcado por esta relação entre literatura, vinhos e património imaterial, e reúne, a partir de agora, todas as condições para amadurecer e reforçar esta sua internacionalização, quer do ponto de vista dos autores, mas também dos públicos”.

E se a literatura conquistou a “medalha de ouro” do Festival, a música teve também o seu momento de glória. A banda portuguesa Dead Combo atuou na noite de sábado com lotação esgotada, assim como Luís Severo, que fez as honras de abertura do “Vinhos de Inverno”.

No Solar do Vinho do Dão, perto de 40 produtores do Dão, operadores agroalimentares e de artesanato deram a provar os melhores néctares e sabores da cidade-região e a conhecer os segredos e o potencial dos produtos “made in” Viseu.

Para a romancista Deana Barroqueiro, que é já uma veterana do “Tinto no Branco”, o festival “tem uma importância fundamental”. “Conheci Viseu através deste Festival e acho uma ideia fabulosa juntar-se não só a literatura como outros aspetos da vida, porque a literatura é vida também”.

Já Mia Couto, uma estreia no Festival e a presença mais aguardada, considera que “é preciso inverter essa ideia de que há cidades que estão mais no centro. Há cidades que estão na periferia e, portanto, estes eventos culturais podem transformar uma cidade que se pensava, há um tempo atrás, ser periférica, da província, numa verdadeira capital de cultura de Portugal e, se calhar, da língua portuguesa. E essas capitais serão várias, mas Viseu, certamente, será uma”.

Também o cantor e compositor Pedro Abrunhosa, protagonista da conversa que colocou frente a frente a literatura e o cinema, ao lado de António-Pedro Vasconcelos, partilhou que “este argumento de que a cultura tem um impacto pouco visível está cada vez mais distante. Nós sabemos que Portugal ganhou imenso na sua projeção cultural e pela preservação do património, arqueológica e do edificado. Sabemos que a economia se mexe por estes meandros cozidos pela cultura e Viseu, nesse aspeto, tem feito um trabalho exemplar”. “Eu acho que Viseu mudou o paradigma e é hoje em dia uma cidade profundamente cosmopolita”, rematou.

A programação brindou ainda os petizes e as suas famílias com espetáculos infantis, ateliês e oficinas criativas, e um espaço de atividades em permanência; os wine lovers puderam aprofundar os seus conhecimentos dos terroirs do Dão em workshops vínicos com Carlos Lucas, Pedro Figueiredo e Fernando Melo; houve ainda espaço para oficinas de escrita criativa e tradução, com Filipa Melo e Nuno Quintas, uma visita à Sé de Viseu com Deana Barroqueiro e para dar asas ao mundo peculiar e criativo do Cosplay.

Foto : Mia Couto

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